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Accioly reinaugurado e ampliado – Palco da vida de atleticanos e campineiros

No dia 28 de novembro de 2020 mais uma página da história da capital goiana será escrita, será reaberto para jogos o Estádio Antônio Accioly, o mais antigo campo de futebol de um clube em Goiânia. Ainda mais, o Accioly, o Bairro de Campinas, receberão pela primeira vez o maior campeonato de futebol do país, o “Brasileirão Série A”. Sonho de tantos, orgulho de rubro negros, de campineiros, e felicidade para todos os goianos.

O Estádio do Atlético Goianiense situa-se na conjunção da antiga Vila Operária (hoje chamada de Setor Centro-Oeste) com o Bairro de Campinas. Engloba as ruas P-25 e D-6 (anteriormente denominada Rua Antônio Accioly), da Vila Operária, e a Avenida 24 de outubro e Rua Perimetral, do Bairro de Campinas.

A primeira partida do Dragão no local ocorreu no dia 08 de maio de 1938, quando enfrentou o time do Anápolis Sport Club, ali onde era ainda somente um campo de terra, sem muro e sem grama.

Em 1942, após muita luta de seus dirigentes e torcedores, tendo destaque a figura de Antônio Accioly, o clube conseguiu junto ao Governo do Estado a doação em definitivo dos primeiros 18.000 metros quadrados do terreno, e, então, o “Campo da 24 de Outubro” passa a ser definitivamente do Atlético. Alguns anos depois os dirigentes do clube conseguem ainda a doação de mais 12.000 metros quadrados completando a área total hoje existente.

Uma curiosidade é que os torcedores já chamavam esse campo de futebol de “Antônio Accioly” mesmo antes da inauguração do espaço como Estádio, a primeira proposta de nome para a praça esportiva foi de ‘Arthur Friendereich”, craque nacional da época, mas, um abaixo-assinado da torcida acabou por definir o nome do Estádio em homenagem ao benfeitor campineiro Antônio Accioly.

A data oficial de inauguração do Estádio é no dia 14 de setembro de 1947, jogo comemorativo em que o Atlético vence por 5 a 0 o Buriti Esporte Clube e são apresentados ao torcedor todo cercamento do muro e o novo campo do Estádio Antônio Accioly. Nos anos 50, na presidência de Moacir Cícero de Sá, são construídas as primeiras arquibancadas de alvenaria, com capacidade para 500 pessoas e, em 1961, com o presidente Alberto Nunes, se constrói e inaugura mais um lance de arquibancada, além do alambrado em torno do campo.

Em 1964 o então deputado Iris Rezende aprova projeto para auxiliar em melhorias para o Accioly, visto que era uma praça esportiva que era aberta para festas e atividades de toda comunidade campineira. Em 1970, ano de conquista de título estadual, é inaugurado no estádio um Busto em homenagem ao patrono Antônio Accioly. Em 1985 o Estádio recebe reparos e obras para que o time possa mandar mais partidas no local, sendo um grande trunfo para as vitórias e conquista do Campeonato Goiano daquele ano.

Em 1992 é inaugurada a iluminação noturna do estádio em jogo contra o Novo Horizonte de Ipameri no qual o Dragão venceu por 2 a 0. Depois seguiram-se tempos sombrios, no final da década de 90 tentam vender o Accioly para fazer um Shopping, demolem o campo e parte das arquibancadas, o mato tomou conta… Mas isso é papo para outra crônica… Nessa vamos falar de coisa boa, pois a torcida, dirigentes, ex-dirigentes, sócios, a Comunidade de Campinas, intelectuais, defensores do Patrimônio Histórico e Cultural goiano, se mobilizaram e evitaram a destruição total do Estádio, deram um chega pra lá nessa história de Shopping, e aos poucos, o Accioly foi sendo reconstruído. De 2005 até os dias de hoje o empenho e paixão dos atleticanos fez a diferença, cada um contribuiu a sua maneira, do torcedor mais simples até os dirigentes que tomaram a frente nas reformas, ampliações e melhorias.

No dia 30 de novembro chegamos ao auge do sonho dos atleticanos e campineiros, o Dragão ampliou seu estádio, agora com capacidade para mais de 12.000 espectadores, e vai receber um jogo do Campeonato Brasileiro da Série A, contra um dos maiores clubes do país, o já campeão mundial, Internacional de Porto Alegre.

O Estádio Antônio Accioly que já acumula algumas memórias e façanhas nacionais como o fato ter sido o palco do acesso do Dragão no Brasileiro Série B em 2019, o fato de ter sediado o primeiro jogo de um time goiano em Campeonato Brasileiro em um estádio particular, próprio, em 1988, na Série B, 0 a 0 contra o Botafogo de Ribeirão Preto, e também de ter sido palco de vitórias contra grandes clubes na Copa do Brasil: 2 a 0 contra o Bahia em 2010, e 1 a 0 sobre o Santos em 2019. Mas agora é diferente, é o Accioly na elite do futebol brasileiro, no principal campeonato de futebol do país, esse campeonato que o Atlético disputou pela primeira vez em 1965, só que lá no Estádio Olímpico, o Brasileirão agora estará no Bairro de Campinas.

Esse sonho foi possível porque o presidente do clube, Adson Batista, abraçou a causa, agregou tantos outros apaixonados ao seu redor e, após comemorar em 2019, dentro desse campo sagrado, do Accioly, o título estadual de 2019, chorar ali com o torcedor o acesso no Brasileirão série B, ganhar clássico, ganhar jogo da Copa do Brasil, fazer promoção de ingresso, preservar a linda torre em Art Decor da antiga bilheteria, ampliar a loja de produtos do clube… sentiu a paixão e magia que envolve o Accioly, o torcedor e o Bairro de Campinas.

O Atlético em seus 83 anos é um clube que representa seu bairro de origem, remonta aos mais de 200 anos de Campinas, uma História que passa por um campo de futebol, por esse território que permeia o imaginário e práticas sociais de várias gerações desde os anos 30, em que torcer pelo Atlético significa defender nossa gente, nossa região, nossas raízes. Mesmo que muitos não tenham nascido ou morado em Campinas, ao abraçarem o Atlético aderem a essa identidade histórica, comunitária e popular.

Foi de emocionar qualquer torcedor a entrevista de Adson Batista dizendo que nosso Estádio não pretende ser “Condomínio de Luxo” mas que quer mesmo que seja uma “Casa Popular”, confortável, e aberta ao povo, e mais, disse “… queremos é o pobre em nosso estádio”. (Entrevista à Rádio 820 am no dia 27/11/2020). É isso mesmo presidente, não a toa nosso clube era conhecido como “Clube do Povo” nos anos 60 e foi eleito “O mais querido dos Goianos” na pesquisa da Revista Placar nos anos 70. São nossas raízes populares e comunitárias, de Maria Fã, Mestre Egídio, passando por Maurício Respeita as Cores e Divinão e seu carrinho de catar papel.

Parabenizo a todos que sonharam e estarão se realizando nesse dia, nas pessoas do Presidente e Vice-Presidente do clube, Adson Batista e Sebastião Santana, que farão o Bairro de Campinas ser notícia no Brasil e no mundo, mostrando que o Atlético Goianiense, a exemplo do Boca Juniors e do Lanús, na Argentina e do Tottenham e do Crystal Palace, na Inglaterra, tem orgulho de ser um “Clube de Bairro”.

Que venham muitas vitórias, que o céu seja o limite para os voos do Dragão Campineiro, que o Estádio Antônio Accioly se mantenha como essa linda casa popular, aconchegante, sem ilusões em ser Arena de ingresso caro e pouca mobilidade, mantendo o charme e pressão do Alambrado, recanto preferido de boa parte da torcida. Que vençamos o Inter, que o mundo vença a COVID 19 e que o o Accioly reformado e ampliado seja palco de mais façanhas e títulos, afinal… quem sabe vem aí uma Sul-Americana, uma Libertadores… e mais dois campeonatos estaduais neste início de 2021 hein?!

Rumo ao Tri !! Com a força do Accioly tudo é possível.

Viva o Clube e o Estádio mais tradicionais da capital goiana !!

Paulo Winicius "Maskote" – Diretor de Patrimônio Histórico e Cultural do Atlético Goianiense, Historiador, Professor, Doutorando em História pela USP, Sócio Proprietário do Atlético.

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